Retorno Financeiro da Energia Fotovoltaica

Talvez a maior dúvida que as pessoas tem na hora de decidir investir num sistema fotovoltaico para sua residência ou empresa seja: “Será que não vai sair mais caro comprar esse sistema do que continuar comprando energia da distribuidora?”

A resposta não é tão simples de demonstrar, mas hoje em dia no Brasil, em praticamente todos os estados, a resposta é SIM. São vários os aspectos a serem levados em conta, e neste artigo tentaremos esclarecer os principais pontos, para que você saiba fazer uma escolha consciente e segura.

Em termos simples, o que queremos avaliar é se as economias mês a mês na conta de luz, ao longo da vida útil do sistema fotovoltaico (a qual gira em torno de 25 a 30 anos), serão maiores que o investimento inicial, acrescido dos custos operacionais (limpeza dos módulos, substituição de algum equipamento, etc).

A complexidade da conta aumenta quando colocamos na ponta do lápis outras variáveis tais como a tarifa de energia e sua inflação, o custo de disponibilidade (também chamado de taxa mínima, ou consumo mínimo), as bandeiras tarifárias, a degradação dos módulos fotovoltaicos (ou placas solares) no decorrer do tempo, e até mesmo a incidência de impostos sobre a energia injetada na rede da distribuidora, para os poucos estados onde os consumidores ainda sofrem essa cobrança.

Aqui vale um alerta para você consumidor, na hora de analisar uma proposta comercial de empresas que vendem sistemas fotovoltaicos. Sempre peça uma explicação detalhada sobre o retorno financeiro do seu investimento. E desconfie de orçamentos que prometem tempos de payback (termo em inglês para o retorno do investimento) inferiores a 5 anos.

O importante é saber que no Brasil, em se tratando de consumidores atendidos em baixa tensão (normalmente os residenciais e comerciais de pequeno porte), pode-se dizer que, em média, o tempo de retorno do investimento varia entre 5 e 10 anos. Para empresas maiores e indústrias, atendidas em média ou alta tensão, o retorno financeiro se dá depois de 10 anos. Entretanto, nestes casos as justificativas para aquisição de um sistema fotovoltaico vão além da mera economia na conta de luz, e podem ocorrer para obtenção de vantagens competitivas em seus nichos de mercado.

Sistemas instalados em locais onde os níveis de irradiação solar e a tarifa de energia são altos terão seu payback mais curto, ou seja, se pagam mais rápido, do que um sistema instalado onde existem incentivos (descontos) na tarifa de energia, ou onde a irradiação é menor.

Outro aspecto importante é o chamado ganho de escala. Um sistema de maior porte é proporcionalmente mais barato que um sistema pequeno. Portanto, o custo unitário de geração de energia é menor, quanto maior for a potência instalada. E isso leva a uma redução do tempo de payback. Mas isso não quer dizer, de maneira alguma, que sistemas pequenos sejam inviáveis. Apenas, que vão levar um pouco mais de tempo para se pagarem.

Por fim, listamos ainda a influência dos custos de financiamento. Sabemos que é difícil um consumidor dispor do capital para comprar à vista o sistema fotovoltaico mais adequado à sua demanda de energia. Por isso, recorre a financiamentos junto a instituições financeiras. Assim como em qualquer empréstimo, há incidência de juros, os quais também devem ser levados em conta na análise financeira.

Em suma, investir em energia solar fotovoltaica no Brasil já é um negócio rentável para o consumidor de energia elétrica, além de trazer benefícios ao ambiente. Saber escolher uma empresa séria para instalar o seu gerador fotovoltaico, além da avaliação dos conhecimentos técnicos, também passa pela discussão financeira.